quinta-feira, 30 de junho de 2011

Amo-te miminho!

Nunca te esqueças de mim - Capítulo V

Lara reconhecera o rosto reflectido na água, apesar de desfocado, e o seu coração acelerou de tal forma que esta não soube o que fazer naquela situação. Sabia que era apenas uma ilusão, mas mesmo assim, ganhou coragem e olhou para trás. Era ele, era Duarte que ali estava. Os olhos verdes, que tanto amava, observavam-na e o sorriso rasgado fê-la, por momentos, ficar dividida entre a realidade e a ilusão. A paralisação dos dois corpos foi quebrada por Duarte, que esticou a sua mão para encontrar a de Lara. Ajudou a levantá-la e conduziu-a para dentro de água. A jovem continuava sem qualquer reacção e um silêncio pairava no ar, até que Duarte disse algo:
- Tive saudades tuas, meu amor…
- E eu tuas, Duarte. – disse Lara com uma voz insegura.
- Preciso que me prometas uma coisa. Prometes?
- Tudo. – proferiu emocionada.
- Nunca te esqueças de mim.
Sem dar tempo para que Lara dissesse alguma coisa mais, deixou-se mergulhar nas águas. A jovem, instintivamente, seguiu o gesto. Não queria que Duarte desaparecesse novamente. De corpos submersos, Lara e Duarte encontravam-se frente a frente. Os rostos de ambos aproximaram-se um do outro e os lábios tocaram-se uma última vez.
Já sem ar, Lara emergiu nas águas serenas do rio. Duarte não fez o mesmo e a neta de Esmeralda soube que este já voltaria a surgiu.
- Nunca, meu amor. Nunca… – murmurou Lara.

***

Depois do reencontro com Duarte, o coração de Lara passou todo um Verão acalentado com a sua lembrança e a jovem pode desfrutar de bons momentos ao lado de quem ama. Pelos campos, por onde vagueava com Thaís, percebera que quem lhe acariciara o rosto no primeiro passeio de Verão não foi mais que a mão do seu jovem amor, eternizado no seu coração. Foi algo que não perdera a cada dia que passou na quinta e que a fazia estar junto de Duarte, de uma forma especial. Junto à margem do rio, Lara imaginava as suas mãos mergulharem no corpo do jovem. Ao entrar nas águas calmas, afundava-se e deixava envolver-se pela corrente, imaginando o seu corpo colado ao de Duarte e assim permanecia até a respiração falhar. Surgia à superfície da água e voltava sempre a mergulhar, repetindo-se a mesma acção de amar.
Agora no fim de mais um Verão, Lara encontra-se na estação de comboio, sentada num dos bancos ao lado da sua avó.
- Sabes, minha querida, – começou Esmeralda – durante os próximos tempos, vais sentir que nunca amarás ninguém como o amas ainda, mas nunca feches o teu coração para um outro alguém que te possa fazer igualmente feliz, porém de maneira totalmente distinta. Lembra-te que cada pessoa é única, assim como cada sentimento que experimentamos em relação à mesma. Eu sei que neste momento, tudo isto pode parecer um absurdo, mas acredita que to digo de coração. Um coração que sabe exactamente aquilo que estás a sentir e que apesar de tudo descobriu uma nova felicidade ao lado do homem com quem vive há mais de 40 anos.
Lara agradeceu emocionada as palavras da sua avó e ambas se abraçaram fortemente.
Entretanto, o comboio que levaria a jovem de volta ao seu lar surgiu ao fundo da linha. Mais um Verão que terminara.
FIM
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bad medicine is what i need

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Nunca te esqueças de mim - Capítulo IV

A conversa do lanche foi longa. Lara mostrou-se bastante entusiasmada por estar ali, para grande surpresa dos avós, que tinham sido alertados por Carmo e Jorge, pais da jovem, para a instabilidade emocional pela qual estaria a atravessar naquele momento.
Há três meses atrás, Lara e Duarte viviam os melhores momentos das suas vidas, até que o pior aconteceu. O rapaz dos cabelos castanhos, dos olhos verdes e do sorriso contagiante que tinha conquistado Lara não mais estaria ao seu lado. Não mais as longas tardes de conversa no jardim da avenida, os piqueniques à beira do lago, as sessões de sorrisos para a máquina fotográfica. Uma meningite arrancou-lhe o bem mais precioso que tinha na sua ainda curta vida. «Não merecias isto», repetia ela, vezes e vezes sem conta, antes de adormecer envolta em lágrimas. Isolou-se do mundo. Só ia à escola porque tinha mesmo de ser, mas o seu nível escolar manteve-se estável pois Lara concentrou-se bastante nisso para não pensar demais e poder vir a cometer alguma loucura. Os livros foram também um porto de abrigo para a jovem, que passava horas presa às histórias com um final feliz, imaginando o seu ao lado de Duarte.
Esmeralda, sempre muito atenta a tudo o que a neta ia dizendo, percebeu nos olhos de Lara que no fundo esta ainda não tinha ultrapassado a morte do seu amigo especial e, por isso, evitou tocar nesse assunto.
- Quem quer ir dar um passeio pela quinta? – perguntou Esmeralda.
- Eu quero. Quero ir ver a Tha! – exclamou animada Lara.
Os estábulos ficavam a uns metros da casa principal. Num passo apressado quase nem deixou que os avós a acompanhassem pelo caminho. António já tinha preparado a égua para que Lara a montasse antes de partir para a estação. Sabia exactamente que seria isso que ela mais queria assim que chegasse à quinta. Os olhos meigos de Thaís cruzaram-se com os de Lara, reconhecendo-a de imediato. O relinchar foi de felicidade por reencontrar a sua pequena amiga de duas pernas.
- Posso ir dar um passeio com ela? – perguntou, dirigindo-se aos avós.
- Trouxemos-te aqui para isso mesmo, minha pequena. – respondeu o seu avô.
Lara subiu para o dorso da bela égua e num trote lento abandonou os estábulos sob o olhar atento dos avós.
- Estou em casa antes do jantar, prometo.
Os campos verdes esperavam por ela ao fim de todos estes meses. Thaís galopou contra o vento. Tanto ela como Lara gostavam de sentir a liberdade atravessar-lhes pelos corpos. A sensação de pertencer a nada e a tudo ao mesmo tempo. Lara sentiu o vento acariciar-lhe o rosto como se lhe declarasse que era bem-vinda novamente àquele lugar.
Thaís sabia bem que direcção havia de tomar e desceu a colina. As águas começaram a reflectir-se intensamente nos olhos de Lara à medida que se aproximavam da beira do rio. A jovem desceu da égua e ambas caminharam pela margem até à grande árvore. Amarrou as cordas a um dos troncos para que Thaís não se afastasse, tirou a t-shirt e os calções que trazia vestidos e regressou à margem. As águas continuavam calmas e de tão claras, permitiam que Lara visse todas as pedras, grandes e pequenas, em repouso no fundo.
Sentada à beira do rio, a jovem permaneceu por longos minutos a mergulhar a sua mão na água. Acabou por não conter as lágrimas e o seu rosto parecia tão inundado quanto o curso de água que passava mesmo ao seu lado. Duarte era o motivo. Agora que se sentia sozinha naquele lugar, podia ser fraca – assim pensava ela. Lara tinha plena consciência que nunca mais seria a mesma pessoa a partir do momento em que soubera que Duarte tinha falecido. Sabia que iria sofrer para o resto da sua vida, culpando-se todos os dias, dizendo amá-lo de uma forma estupidamente débil, deixando que a morte o arrancasse de seus braços.
Olhou o céu procurando alguma face que lhe fosse familiar e nada reconheceu. Baixou a cabeça e viu o seu reflexo na água. Contudo, um outro rosto surgiu atrás dela.
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terça-feira, 28 de junho de 2011

Nada na vida é certo. E quanto mais queremos essa certeza, mais ela nos escapa entre as mãos. Não digo para não nos importarmos só porque não sabemos aquilo que o futuro nos trará, mas para darmos valor a um presente que será passado no momento seguinte e que apenas regressará em memórias. Lembrem-se que o passado não pode ser mudado, que o presente é nosso e que o futuro... O futuro não sei. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

só isto me faz sentir bem ♥

Nunca te esqueças de mim - Capítulo III

A viagem não foi tão longa quanto esperava e em pouco mais de duas horas começou a reconhecer os campos verdejantes onde passava grande parte dos seus dias. Descobriu também o curso de água do rio, tão seu conhecido, e o reflexo de um mesmo sol ali se encontrava, cativante e vigoroso. Os olhos esbugalhados de Lara tentavam captar toda aquela beleza e a sua mente foi invadida por pensamentos, recordações e imagens de Verões passados que sempre permaneceram em si. Não soube explicar o que sentiu, porém, sabia que aquele sítio era naquele momento um lugar diferente. Soube que ali algo tinha mudado.
Mesmo antes de o comboio parar já Lara sorria ao avô António que sentado no banco da estação esperava pela sua adorada neta. O velho senhor ao vê-la descer da carruagem caminhou na sua direcção para a ajudar com as malas. Lara não deixou que o avô as segurasse e abraçou o velhote que já não via há precisamente um ano.
- Que saudades, avô! – exclamou ela, enquanto o sufocava de ternura.
- Deixa-me ver-te bem. Cresceste tanto desde a última vez que estiveste cá, minha pequena.
O avô António nutre um carinho especial por Lara, talvez por ser a única menina de quatro netos, e desde que nasceu e, por muito que cresça, a jovem nunca deixará de ser a sua pequena e protegida.
Foi com enorme alegria que percorreram o caminho até à Quinta das Lágrimas. O estacionar da carrinha foi acompanhado por um pequeno e ainda fraco latido. Lara olhou à sua volta tentando perceber de onde vinha tal som. Viu um pequeno São Bernardo correr na sua direcção. Abriu a porta da carrinha e deixou que o cão pulasse à sua volta.
- É filho da Alana? – perguntou Lara ao seu avô.
- Diz antes filha. – respondeu – Estávamos à espera da tua chegada para lhe dares um nome.
Agarrou o focinho da cadela com todo o cuidado e olhou-o fixamente.
- Tens cara de Eva.
A pequena cadela mostrou-se satisfeita com o nome escolhido ao lamber o rosto de Lara, a qual a recompensou com um sorriso e mais umas quantas festas.
- Vamos para dentro, Lara. A tua avó já tem com certeza o lanche preparado para ti. – disse o seu avô antes que Lara ficasse resto o dia a brincar com a sua nova companheira.
- Vamos, claro.
Quando Lara entrou na casa, o cheiro a panquecas acabadas de fazer pairava no ar. Enquanto seguia o caminho até à cozinha olhava para tudo à sua volta, como se fosse a primeira vez que ali estava, sabendo ao mesmo tempo que nada saiu do seu devido lugar. Como em todos os outros Verões, a casa permanecera idêntica.
- ‘Vó Alda! – exclamou a jovem ao entrar na cozinha. Correu para junto da sua avó e abraçou-a fortemente.
- Fiz panquecas para ti. – disse Esmeralda – E também aquele doce de morango que tu tanto gostas.
- Que saudades que tinha destes miminhos. – afirmou Lara com um sorriso de orelha a orelha, feliz por estar de regresso ao lugar onde realmente pertencia.
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domingo, 26 de junho de 2011

Nunca te esqueças de mim - Capítulo II

Francisco estacionou o carro mesmo em frente à estação de comboios e ambos saíram do seu interior para retirarem as malas do porta-bagagem. Lara, agora com dezassete anos, parecia de novo uma criança, a mesma que todos os anos parte em viagem para casa dos avós com a mesma vivacidade e alegria.
Caminharam juntos até à entrada e foi ali que ambos se despediram.
- Lara, tem…
- Tem cuidado com as malas, não fales com estranhos, toma atenção às paragens… Já ouvi isso tudo, maninho.
- Eu ia apenas dizer “Tem um óptimo Verão”.
- Ah, obrigado então. – disse sorrindo – Vai dando notícias de todos. E o Pedro que não nasça antes do tempo!
- Ele vai esperar por ti. – disse Francisco ao aproximar-se de Lara para lhe dar um beijo de despedida.
Francisco voltou a entrar no carro e acenou. Sorridente, Lara retribuiu, baixando-se depois para agarrar nas malas.
Na estação não se encontrava o movimento caótico das manhãs. Pelo contrário, estava tudo calmo e Lara pôde caminhar livremente até à bilheteira. Ela sabia que seria assim e, por isso, pediu para ir apenas àquela hora do dia.
Não viu ninguém do outro lado do vidro e bateu para que alguém a viesse atender. Uma cabeça despenteada surgiu de repente, com rosto de quem tinha acabado de acordar e a verdade é que tinha mesmo. O Sr. Eduardo Gomes, segundo constava no cartão que tinha preso ao bolso da camisa, de tão cansado que estava da azafama da manhã, acabou por adormecer em serviço. Pediu desculpa e vendeu-lhe o bilhete para o destino que pedira. Lara tinha imensa vontade de rir com o sucedido, sobretudo depois de ter voltado as costas ao funcionário e ter visto por cima do seu ombro a mesma cabeça deixar-se cair novamente e desaparecer por detrás do vidro. Por certo, adormeceu novamente, pensou.
Sentou-se num dos bancos da estação e ali permaneceu à espera de um comboio que teimava em não vir. Isso ou a inquietação de voltar a ver os avós e a pequena terrinha era enorme. Na quinta também esperavam o seu regresso impacientes, especialmente a sua fiel amiga Thaís, a égua negra de raça Frísio que os avós lhe tinham oferecido pelo seu décimo quinto aniversário. Lara sentia já saudades de montar e percorrer ao sabor do vento os vastos campos na aldeia, junto ao rio, por onde passava sempre nos seus passeios com Thaís. Um reflexo apaixonante do sol de todos os dias, convidava a jovem a mergulhar nas águas límpidas e calmas. Na sombra da maior árvore junto ao rio deixava a égua e a sua máquina fotográfica, que também levava consigo para onde quer que fosse. São muitas as recordações de Verão na quinta eternizadas nas fotografias que enchem e preenchem as paredes do quarto de Lara.
Ao fundo da linha férrea começou a avistar-se o comboio. Ao parar, as portas abriram-se e Lara teve apenas de optar pela carruagem na qual queria fazer a sua viagem. Escolheu, entrou e sentou-se num dos últimos bancos. O comboio arrancou e a viagem acabara de começar.
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sábado, 25 de junho de 2011

Querem dois acontecimentos incompatíveis?
A: ser a Patrícia.
B: tirar boa nota no exame de Matemática A.
Não me deixaste ir abaixo quando estava prestes a deixar-me cair.
A cada palavra que pronunciavas, o teu corpo acompanhava o ritmo da voz. Tudo em ti sempre foi música, ritmo e melodia. Corria-te nas veias o talento, a paixão e o verdadeiro amor de quem tem tudo o que há de melhor neste e noutro mundo para oferecer. O teu coração nem sempre foi amado, como sempre quiseste e como sempre mereceste, mas nunca baixaste a cabeça e dançaste, dançaste, dançaste... Até morrer! Faz hoje um ano. O meu coração quase parou. Faz hoje um ano que a tua alma se tornou imortal. Não quis acreditar naquilo que acabava de ouvir. Logo agora que ias voltar a casa. A tua verdadeira casa. Onde eras tu verdadeiramente. E outras tantas personagens que o teu coração inventou nas canções que compuseste.Gosto de pensar que agora sim estás onde sempre pertenceste. Um lugar onde não existe o contrário de amor. Uma terra chamada Nunca. Um lugar distante, que te tornou eterno. Michael Joseph Jackson, 1958-sempre

Sexta-feira, 25 de Junho de 2010

As minhas palavras permanecem como que eternizadas. Não há nada a retirar, e a acrescentar apenas saudade. E já lá vão dois anos, irmão.

In the promise of another tomorrow,
I'll never let you apart
For you're always in my heart.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nunca te esqueças de mim - Capítulo I

O Verão acabara de chegar. Os intensos raios de sol que entraram pela janela do quarto de Lara anunciaram-lhe a estação pela qual ela mais ansiava. Abriu os olhos devagar, pois tanta luz não permitiu que o fizesse de outra maneira, mas de seguida levantou-se o mais rápido que conseguiu, calçou os chinelos e correu até à cozinha.
- Bom dia, Lara. Já tens tudo preparado para a viagem?
Como em todos os anos anteriores, Lara passará uma vez mais o Verão na quinta dos avós, na pequena aldeia que a vê crescer a cada ano que passa. Tinha meses de vida quando lá foi pela primeira vez com os seus pais e, este ano, fará a viagem sozinha pois ambos se encontram a trabalhar este Verão.
- Está quase tudo. Falta-me apenas escolher um livro para ler durante a viagem. – disse Lara ao mesmo tempo que se debruçava sobre a sua mãe para lhe dar um beijo de bom dia.
Arranjou o seu pequeno-almoço de todos os dias – um pacote de bolachas e um copo de leite fresco – e voltou a subir as escadas em direcção ao seu quarto. Ao abrir a porta, iniciou a difícil tarefa de escolher um livro, apenas um, para a viagem. Três estantes repletas de letras. Meia estante lida, o resto por ler.
- Não vou conseguir escolher. – pensou ela.
Fechou os olhos, esticou o braço e com o dedo indicador apontou para um dos muitos livros às cegas.
- Chocolate. Boa escolha, Lara! – disse falando sozinha e para si própria.
Arrumou o livro dentro da mala, caminhou até ao armário e retirou de lá a t-shirt e os calções de ganga clara que escolhera para vestir no dia anterior. Calçou os ténis com o padrão floral que tanto adora e encaminhou-se de seguida para a casa-de-banho. Escovou o cabelo e voltou a despenteá-lo de seguida. «Vá se lá compreender esta rapariga», como diz o avô António.
- O almoço está na mesa, Lara. – gritou a sua mãe ao fundo das escadas.
- Desço já.
Pousou a escova junto ao necessaire que já estava preparado para levar para casa dos avós e desceu as escadas. Entrou na cozinha e sentou-se à mesa.
- O teu irmão vem buscar-te depois do almoço e deixa-te na estação.
- Está bem. – respondeu ela.
Mesmo no fim da refeição a campainha tocou. Era o Francisco, o irmão mais velho de Lara. Saíra há acerca de meio ano daquela casa, depois de se ter casado. O seu irmão é o seu melhor amigo e confidente, para além de companheiro de brincadeiras constantes. Lara sentiu muito a falta de Francisco nos primeiros tempos, mas agora parecia estar habituada à ideia de o seu irmão estar mais crescido do que pensava ser possível.
- Francisco! – exclamou ela correndo para os seus braços. – Como estás?
- Bem, e a menina?
- Também. A Maria e o Pedro, como estão?
- Estão os dois óptimos.
- E quando é que o meu sobrinho lindo nasce?
- Vais fazer essa pergunta até ele nascer, não vais? – perguntou Francisco, sorrindo.
- Como é que adivinhaste? – brincou Lara, retribuindo o mesmo sorriso rasgado ao irmão.
Entraram em casa e voltaram a sair com as malas de viagem. Lara deu um beijo à sua mãe e entrou no carro.
- Porta-te bem e ajuda os teus avós.
- Sim, mãe. Já sei isso tudo. – disse Lara com ar de quem está sempre a ouvir a mesma história.
- Diverte-te!
- Obrigado, mãezinha. – disse Lara sorridente.
Francisco ligou o carro e ao mesmo tempo Lara abriu a janela. Colocou a mão do lado de fora e acenou em jeito de despedida à mãe que ficara à porta de casa vendo o automóvel afastar-se.
Sabes o que seria bom para ti? Esqueceres quem te faz mal e quem te consome todas as forças nas noites em que te deitas por cima dos lençóis, acabado de chegar a casa, com um nível de embriaguez superior ao recomendado, a culpares-te por erros que não cometeste e dos quais foste apenas mais uma vítima. Era bom para ti.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um dia olharei para o céu e descobrirei que nem ele é o meu limite.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem é que tem o ambiente de trabalho mais lindo, quem é? EU!
Na vida nem sempre temos aquilo que queremos, mas mais difícil ainda é termos aquilo que merecemos. Não importa o que façamos, quem somos, a vida teima em ser injusta e egoísta e em não dar nada. Amor, por exemplo. Não há um único dia em que não pense em como seria tudo tão diferente se te tivesse ao meu lado. Se ao menos a vida me desse uma oportunidade para te mostrar aquilo que posso ser e não ser ao teu lado.
E quanto a vida é cabra? Amizade, por exemplo. Não há um único dia em que não pense em como seria tudo tão diferente se a vida não me tivesse dado quem eu não merecia. Aliás, quem não me merecia!
A vida tem destas coisas.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Chest to chest.
Nose to nose.
Palm to palm.
Eye to eye.
Cheek to cheek.
Side by side.
Fernando Pessoa ou Álvaro de Campos ou lá quem quiser ser, o senhor queria mas não conseguiu estragar o meu dia. Até nunca, espero!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Lutas. Lutas com todas as forças que tens. Sentes-te cansada, esgotada, completamente perdida. Apesar de tudo continuas a lutar, com a esperança de que algo diferente aconteça desta vez. Estúpida, chegas ao fim e percebes que lutar não valeu a pena. Percebes que tens apenas falta de sorte. Percebes que são os outros que têm a puta da sorte do lado deles.
I'm not scared of dying. I just don't want to.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A noite começou bastante calma. A meio da festa já andava a dançar com as mãos no ar e os sapatos nas mãos. O meu par, o Rui, já andava de gravata na cabeça. Cheguei a casa e já não sentia os pés por causa do salto alto. Quase que não me mantinha em pé tal era o nível de embriaguez. O melhor de tudo foi ter sido trazida para casa pela minha professora de Geologia. E venham mais noites destas, minha gente!

Ah, e os meus meninos e as minhas meninas estavam LINDOS!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

conversas paralelas #14

- Ainda estou para ver quem será o rapaz que um dia se vai interessar por mim...
- Um que seja inteligente!

A minha Roxanne é um miminho.

domingo, 5 de junho de 2011

All of these lines across my face, tell you the story of who I am. So many stories of where I've been and how I got to where I am. But these stories don't mean anything, when you've got no one to tell them to. It's true, I was made for you.
I climbed across the mountain tops. Swam all across the ocean blue. I crossed all the lines and I broke all the rules. But baby I broke them all for you, because even when I was flat broke, you made me feel like a million bucks, you do, and I was made for you.
You see the smile that's on my mouth. Is hiding the words that don't come out and all of my friends who think that I'm blessed, they don't know my head is a mess. No, they don't know who I really am and they don't know what I've been through like you do and I was made for you.
All of these lines across my face, tell you the story of who I am. So many stories of where I've been and how I got to where I am. But these stories don't mean anything, when you've got no one to tell them to. It's true, I was made for you.
It's true... I was made for you.
Eu queria mudar o blogue, mas isto está a ir de mal a pior e já estou a começar a ficar farta. Portanto, fica assim feio que fica muito bem.
O toque. As mãos fortes e suaves. Ficámos horas apenas a olhar um para o outro, até que senti a tua cara aproximar-se da minha. Beijaste-me a testa, depois a bochecha. E mais não digo.
O que se passa comigo nos últimos dias é bastante simples: falta de inspiração. Tem sido um escreve/apaga constante.