sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Toca a despertador prateado na mesinha de cabeceira. Com esforço, ergues a mão por debaixo dos lençóis tentando cessar aquele ruído incómodo. Mais um novo dia que começa. Descalça e ensonada, arrastas-te até à casa de banho e lentamente tiras a roupa com a esperança de que a água ao bater na cara te faça acordar. Digamos que não faz muito efeito, porque sais da banheira com a mesma cara de sono. Escolhes a roupa para o dia. Vestes as calças, a camisola e calças os teus sapatos favoritos. Os únicos, ora. A mala, que já tinha sido preparada no dia anterior é, literalmente, arrastada com tanto peso. É hora de olhar para o relógio da cozinha, quando te vais a sentar para tomar o pequeno-almoço, e aperceberes-te que já estás atrasada. Pegas num pedaço de pão e sais a correr para apanhar a camioneta. Por momentos, pareces esquecer o sono. Voltas a correr para apanhar o metro. Estação após estação, os olhos vão ficando cada vez mais pesados, com o embalar das carruagens e quando estás prestes a cair para o lado, chegas a Campo Grande. Corres mais um bocadinho para chegares à faculdade. Andas dez minutos desorientada no meio dos edifícios e, por fim, nos corredores até que avistas um rosto que te é familiar. Encontraste a sala, finalmente. Das duas, uma: teórica na conversa para não adormeceres, ou teórico-prática com desenhos, para resolveres os exercícios mais depressa. Repetem-se os exemplos por mais umas horas. Por hoje é tudo. Amanhã há mais. Agora voltas para casa.

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"Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo."